Créditos: recorte e edição a partir da foto: Justin Setterfield

Mundial de Clubes 2025: A Nova Era do Futebol Como Negócio de Audiência Global

O futebol sempre foi paixão, torcida e tradição. Mas o Mundial de Clubes 2025 mostrou que, no cenário atual, o jogo vai muito além do campo. A FIFA criou um dos maiores ativos de mídia da história do esporte, movimentando mais de US$ 2 bilhões em receita, e o mais surpreendente: 75% desse valor não veio de ingressos ou camisas, mas de marketing, publicidade e direitos de transmissão.

Pela primeira vez, clubes da Europa, América do Sul, Oriente Médio, Ásia e Estados Unidos disputaram o mesmo torneio ao lado dos maiores ídolos do futebol mundial. Essa estratégia não foi apenas sobre futebol, mas sobre unir torcidas globais em torno de um espetáculo pensado para a audiência e para a monetização da atenção.

O modelo do novo Mundial é inspirado na Copa do Mundo: acontece a cada quatro anos, gera escassez e cria expectativa. Esse ciclo aumenta o desejo do público e, como consequência, o valor comercial do evento. As marcas entenderam rapidamente esse movimento e passaram a tratar o torneio como uma plataforma de branding global.

Um dos exemplos mais claros dessa estratégia foi a atuação da DAZN, plataforma de streaming esportivo. A empresa pagou US$ 1 bilhão pelos direitos de transmissão do Mundial e, mesmo assim, liberou as transmissões gratuitamente. Parece contrassenso? Na verdade, é uma jogada cirúrgica de aquisição de audiência: ao atrair centenas de milhões de espectadores, a DAZN amplia sua base de usuários e abre portas para monetização futura com publicidade, pay-per-view, apostas e venda de produtos.

As ativações comerciais foram além do campo. Marcas e clubes realizaram ações inéditas: sessões de treino vendidas no Airbnb, fan zones em cidades estratégicas e eventos culturais paralelos ao torneio. Esse ecossistema gerou novas fontes de receita e envolveu os torcedores em experiências que vão muito além dos 90 minutos de jogo.

Os clubes brasileiros também aproveitaram a oportunidade comercial. Flamengo, Palmeiras, Fluminense e Botafogo participaram do torneio e faturaram milhões. Mesmo sendo uma pequena fatia da receita total do futebol, esses valores representam um reforço importante nos cofres dos clubes e mostram como o futebol brasileiro está inserido no mercado global de mídia esportiva.

O recado do Mundial de Clubes 2025 é claro: o futebol virou mídia. O campo de batalha agora inclui branding global, ativação internacional, captação de dados e monetização de audiência. Para as marcas, agências e negócios que ainda enxergam o esporte apenas como entretenimento, fica o alerta: a disputa não é mais só por gols, mas por atenção e dados do público global.

Sua marca está preparada para jogar esse novo jogo?